A importância de ouvir todas as pessoas
Hoje, as escolas envolvem muitos atores: alunos, pais, professores, mas também o clube desportivo local, as atividades extracurriculares dos alunos, a biblioteca, as empresas locais próximas... As escolas já não funcionam numa ilha.
Como é que se pode saber o que alguém pensa sobre um determinado assunto?
A primeira coisa a fazer é reunir as pessoas e ouvi-las. Já aprendeu no módulo 4 como fazer com que os colegas se interessem pelo tema e como atraí-los. Aqui pode convidá-los a refletir durante uma hora sobre a política de educação para os media. É importante dizer o que podem ganhar com isso ou porque é que é importante para eles.
Convide-os a pensar em conjunto, mas não coloque as suas expectativas demasiado altas. Pedir-lhes que façam simplesmente um breve brainstorming, sem muito mais, pode atrair mais pessoas.
O que é que se faz depois de os ter juntado?
- Dê-lhes as boas-vindas e diga-lhes porque é que é tão importante que estejam presentes.
- Apresente-lhes o tema: de que é que vamos falar hoje? Pode ser sobre vários tópicos de educação para os media, mas ao criar uma política de educação para os media, é aconselhável abordar um tópico de cada vez (por exemplo, cyberbullying, sexting, desinformação, cibersegurança...).
- Mostre ao seu grupo alguns exemplos em que ocorrem determinadas situações extremas. Isto exige que formem uma opinião sobre a situação. Deixe-os concordar ou discordar da ação no caso. Deixe que o grupo discuta e chegue a um consenso. Utilize esta informação sobre o consenso como orientação básica para a sua política.
Alguns exemplos de casos fictícios (mas facilmente relacionáveis):
Sexting
José e Ana Sofia (onze anos), ambos alunos do sexto ano, são um casal há várias semanas. Como parte da sua exploração sexual, enviam ocasionalmente fotografias "sensuais" um ao outro através do Snapchat. José, que não tem consciência de qualquer irregularidade, guarda as fotografias e mostra-as aos seus melhores amigos durante o recreio. Quando Ana Sofia, juntamente com os pais, relata este facto à professora, a escola decide que, infelizmente, não há muito que possam fazer. Segundo eles, Ana Sofia é responsável pelo envio das fotografias e deveria ter refletido melhor sobre os riscos.
Desinformação
Pedro (dez anos) está sempre a ver vídeos no TikTok sobre extraterrestres que estão a dominar o mundo. Recebe todo o tipo de provas dos chamados especialistas, que lhe dizem que todos os humanos estão a ser lentamente substituídos por extraterrestres idênticos. Pedro conta isto aos seus colegas, porque teme que eles também sejam extraterrestres. A história depressa se espalha. De acordo com um vídeo no TikTok, é possível verificar se alguém é um extraterrestre despejando uma garrafa de limonada sobre a pessoa. Pedro faz isso a um colega. Esse aluno corre rapidamente para um professor. O professor não compreende e castiga Pedro.
Cyberbullying
Depois das férias de Natal, o professor de Matemática repara subitamente que Elias (16 anos) está muito mais calado do que o habitual e não colabora nas aulas. Quando o professor pergunta o que se passa depois da aula, Elias responde de forma evasiva. Passada uma semana, Elias continua a não parecer o mesmo. O professor chama o diretor de turma/diretor da escola, que, juntamente com o professor da turma, marca uma reunião com Elias. Durante essa conversa, descobre-se que alguns colegas criaram uma página de ódio contra Elias no Instagram, cheia de fotos editadas. A página já tem 132 seguidores, a grande maioria dos quais são colegas da escola. O diretor de turma/diretor da escola chamou à responsabilidade os colegas que criaram a página e obrigou-os a apagar a página.